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16 de maio de 2016

Antes dos vinte eu nunca tinha ouvido Radiohead.



Vi essa frase em um comentário de um texto por aí e ela me pegou.

Meus 20 chegaram antes de chegar, aos 19 eu já arredondava, quem se importa? Há algum tempo a volta que a terra dá em torno do sol parou de parecer demorada,  365 dias já não parecem demais, não parecem suficientes.


Já morreu uma boa parte dos neurônios e das lembranças de infância,  quem eu era antes dessa data não importa tanto mais.


Angustia é a única sensação que eu sei diferenciar, de resto é só borrão, eu sou borrão. 

Me disseram que eu estava feita, que eu era inteligente por natureza e se eu fosse dedicada por opção eu conquistaria grandes feitos,  me convenceram da importância da geografia, do passado, do português e da regra de três, me fizeram acreditar que grandes notas seriam importantes para eu chegar em grandes castelos.  Que soco no estomago foi quando eu descobri que o castelo que me aguardava era só uma barraca mal armada na areia da praia e que bastava uma onda mais forte pra arrastá-la para longe. 

Não é que eu não soubesse para onde ir, eu sabia, mas me disseram que não. Realize seus sonhos, seja quem você quer ser, eles disseram, mas depois delimitaram o que eu que podia sonhar e o que eu podia querer. 

A verdade é que são tantas melodias que eu desconhecia antes dos 20, tantas letras que eu não sabia interpretar, tantas vozes, falsamente harmônicas e ironicamente julgadores, que eu desconhecia que os ouvidos clamaram por um pouco de surdez e alma clamou por um pouco mais de mim.

Eu vou ouvir a música e decorar a letra, quem saiba assim eu aprenda como essa banda toca. Hoje eu sou borrão, mas estar perdida é o primeiro passo para se encontrar.

11 de maio de 2016

Pare de transformar seus defeitos em qualidades




Todos temos defeitos. Essa frase já é conhecida e amplamente citada, o problema é que ela é usada só como isso mesmo, uma frase, e nunca como uma atitude de conscientização. Não falo aqui de defeitos físicos, mas daqueles que são mais difíceis de ver a olho nu.

Há duas tendências problemáticas das pessoas quando se vêem de frente aos próprios defeitos. A primeira é de negá-los, fingir que somos incompreendidos ao invés de errantes, fingir que nossos defeitos não estão lá, as pessoas é que julgam demais, ou que eles nem são tão importantes assim. Quando não é possível escondê-los debaixo do tapete, primeiros nos condenamos, depois passamos por um processo que é muito confundido com aceitação, mas na verdade não possui nenhuma relação, o do conformismo.

 Com o conformismo vêm as desculpas, e com as desculpas a ideia de que nossos defeitos são, na verdade, partes importantíssimas de nós e  seria uma heresia tentar removê-los, muitas vezes falamos deles com orgulho, como qualidades, e como se definissem nossa personalidade.

Em sociedade isso também é muito comum, o que Aristóteles vai tratar como a troca de lugares entre virtude e vício e também conhecemos como inversão de valores. Quando uma pessoa que corta fila ou deixa de pagar alguém de quem deve é considerada esperta e os demais é que são bobos, quando alguém vê o bem nos outros e é considerada inocente e bobo, quando valoriza-se as pessoas como líder natas, enquanto. na verdade, elas só dão medo.

Se acontece em sociedade, acontece também no indivíduo.

O problema é que há uma linha tênue entre você ser diplomático e ser falso, entre se amar e ser egocêntrico, entre ser realista e pessimista. Ser orgulhoso não é algo bom, rancor não é esperteza e não faz bem, quem coloca o dinheiro acima do resto é tão avarento quanto quem só pensa em dinheiro, ser sincero o tempo todo na verdade é grosseria e personalidade forte é só um nome que inventaram pra pessoas que são difíceis de se ter ao seu lado.

Aceitar seu defeito como definição de si mesmo é se limitar por livre e espontânea vontade, e não engana a ninguém, só você.

Conheça suas qualidades, sem achar que elas te fazem especial, se achar demais é bem diferente de autoconfiança. Mas entenda que elas é que são importantes,  e não se apegue a seus defeitos como parte de você,  pois eles não precisam ser.

 Aceitar a existência dos seus defeitos é importante, trabalhar para transformá-los é evolução. Espero que você não goste de ficar parado.

8 de maio de 2016

Pulsante

Eu deixo sofrer, eu deixo morrer, porque, em cada parte da minha alma que apodrece dessa enfermidade fatal que são seus olhos, nasce uma rosa negra que eu uso como arma.


Você é a dor que eu escolhi deixar doer, você é o toque que eu nunca me deixei esquecer, e ainda que sem sentido, e ainda que sem motivo, eu carrego, nas costas, essas angústias juvenis de ser quem eu nunca fui, pra nunca me deixar esquecer o que eu sei fazer com a dor.

Eu jogo a responsabilidade de todas as minhas loucuras em cima da negritude dos seus olhos e da tua pele queimada de sol. Eu escrevi uma história  para cada olhar que você não me deu e para cada parte da tua carne que jamais me tocou, eu versei no vento, até rimei, para cada palavra que a gente jamais trocou.

Deixo doer, até hoje, aquele dia que, olhando nos seus olhos e sem saber para onde a gente ia, eu fugi.

Eu deixo sangrar, eu deixo aberta a ferida e, se fechar, deixo exposta a cicatriz, pra eu nunca esquecer essa história que eu nunca escrevi e me lembrar de completar as que ainda criarei.

Eu deixo chorar e deixo as lágrimas caírem para o mar, porque apesar do meu barco já ter passado, apesar de eu ter sobrevivido, um pouco morreu e, apesar das águas estarem bem mais calmas, eu ainda sinto falta da sua tempestade.

5 de abril de 2016

O mundo é quadrado

Meu mundo é quadrado, eu vejo ele da janela do quarto, e ainda tem uma rede que me separa do céu. Às vezes vou mais além, vejo um documentário sobre crianças carentes ou o universo observável,  em telas de celular e monitores. Quando cansa os olhos, leio um livro, ele é quadrado também.

Vemos quadrado, vivemos quadrado.

A gente sai da festa e vai para um mundo plano que seguramos na nossa mão. Saímos das aulas, das fofocas, perdemos as piadas,   saímos dos aviões e das ruas e fomos pro street view.

A gente nunca mais perdeu a receita do bolo e acabou comendo só a calda, porque ele não cresceu, não podemos reclamar que deu tudo errado no banco, ao menos que a internet caia, nem a voz da atendente do delivery a gente ouviu mais. A gente nunca mais ficou perdido em um rua desconhecida, rindo loucamente porque não sabia voltar pra casa, o waze mostrou o caminho.

O que a gente perdeu mesmo foram algumas horas de vida nesse mundo, que devia ser redondo e louco, que devia ser criptografado sim, mas não em código binário, que devia nos deixar sem fôlego por ser grande  demais e cansar os pés, não a mão que segura o mouse.

E quando a vida nos atingisse, como um tijolo, com perguntas, dúvidas e incertezas, não seria para as telas quadradas que correríamos.


Copérnico, Giordano Bruno, Galileu, todos eles já sabiam. A resposta está das curvas.

3 de abril de 2016

Júri


Meu palco é um monólogo, o que você vê, e o que você ouve, é só unidade. Meu espetáculo é silêncio,  e o que escuta, são ecos do vazio. Minha peça é escuridão, e  o que  eu enceno, é  a solidão.

  O que você não vê, são os demônios nas minhas costas e as correntes em minhas pernas. 

Do seu assento confortável você não ouve os gritos sufocados com o pano das cortinas.Embaixo da lona desse circo você desconhece a cor do meu céu e não percebe o passar dos meus dias.

Você não vê as feições por de trás das máscaras, nem aqueles que me passam a roupa para eu entrar em cena, não vê a cama e nem os monstros embaixo dela, sua cadeira está distante demais pra enxergar a pequenez de uma lágrima e você  distraído demais pra perceber o rio que ela forma. Você desconhece a mim por detrás do personagem que incorporo, você não vê nada, além do que eu mostro. 

Eu sei que julga os meus passos, pois soam.perdidos, mas você não vê o sangue da sola dos meus pés no chão.


Minha voz soa arrastada, mas você não ouve a rouquidão. 

Meus olhos parecem cansados, mas você não estava lá durante a noite pra  me ver revirar e perder para a  insônia. 

Meu roteiro é a dor, mas minha dor é poesia e você está perdido demais pra encontrar a rima.

24 de fevereiro de 2016

Sua vida vale dez?





A competição nos move, se você olhar pro lado vai ver, em todo lugar, e a todo momento, as pessoas estão competindo pra ver quem é a melhor. Quem tem o melhor emprego, quem ganha o maior salário, qual projeto é mais elogiado, quem viaja mais , quem tem a vida social mais agitada.

A ideia de que precisamos ser superiores aos outros é tão forte que até coisas comuns se tornaram objetos de comparação. Supervaloriza-se suas próprias características pessoais e se considera tudo que é diferente como inferior. Você é mais novo que a maioria dos seus amigos? Eles são idosos e vão morrer cedo. É mais velho? Então eles são imaturos e inexperientes. Quem  gosta carnaval se gaba, com provas fotográficas em todas redes sociais, de ter ido em vários blocos de ruas e quem não, reclama descaradamente sobre a chatice dessa época do ano.

O motivo dessa olimpíada incessante de vidas comuns parece, no primeiro momento, algo natural,  uma predisposição histórica ligada à teoria da evolução, ou uma característica intrínseca da alma humana, no entanto, o motivo real têm uma causa social e bem simples: somos ensinados a competir.

Desde o jardim da infância, o aluno que mais segue os padrões preestabelecidos de comportamento e competência recebe prêmios.  Quem termina a lição primeiro desce antes pro parquinho, quem faz bagunça não sai pra brincar, quem tira as melhores notas recebe prêmios no fim do ano e uma menção honrosa no dia da formatura, os próprios pais entram na jogada,  afinal, se os seus filhos são os melhores, estes receberão todos os elogios dos professores,  e sempre é preciso que alguém de fora aprove os trabalhos que estamos realizando em nossas vidas.

Como consequências não sabemos fazer nada sem uma motivação palpável, um pote de ouro no fim do arco-íris, e passamos a vida nos preocupando em sermos melhores do que os outros, ao invés de sermos quem queremos ser.

Quando , ainda usando a analogia escolar, o professor diz que a matéria não vai cair na prova, fechamos o caderno com a cara emburrada e direcionamos nossa concentração para que filmes veremos no fim de semana, incapazes de pensar no proveito que é aprender algo novo.

Conforme crescemos as notas não aparecem mais em boletins, mas elas estão lá, matemática e história são trocadas por matérias como vida social, vida amorosa, estudos, emprego,  a sociedade te diz o que é um dez e você avalia sua própria vida, ignorando completamente o fato de que  o seu dez pode ser  - e provavelmente é  - outro.
O problema é que o objetivo da vida nunca foi tirar boas notas e  então, só há dois destinos possíveis, ou você  entra nessa competição  e luta por uma nota irreal, em  matérias que você nem escolheu cursar, ou, aceita que a escola já acabou e não há ninguém que possa te reprovar.

Precisamos aprender a tirar os olhos do pote de ouro  e aproveitar a jornada insana que é escorregar em um arco-íris.

23 de fevereiro de 2016

Dica de série: Sherlock!

Talvez você já tenha ouvido falar na série Sherlock, produzida pela BBC e protagonizada por Beneditch Cumberbatch, talvez não, mas o que importa é que se você ainda não viu, precisa ver.

A série tem 3 temporadas até agora, com apenas 3 episódios cada, de uma hora e vinte minutos. Com este formato temos episódios com um estilo de filme, mas que se completam sem enrolação. Há também um episódio especial que saiu esse ano.

 O mais interessante é que ela é ambientada dos dias atuais, então temos um Sherlock Holmes com toda sua genialidade,  usando os aparatos do século XXI, mas jamais o wikipédia, óbvio! E, ainda assim, a adaptação da obra é genial, desde os personagens, até os episódios que têm relações direta com a história de Arthur Conan Doyle em que se baseiam. Além disso, Beneditch é perfeito para o papel e Robert Downey Jr. nunca mais será Sherlock Holmes na sua cabeça.



Sherlock se tornou a minha série preferida, ela é muito bem produzida e roteirizada e você  fica chocada com o desenrolar dos episódios e dos problemas, além de ansiosa para continuar a série.

E tem na netflix!

O único problema é que ela demora dois anos para trazer novas temporadas. A quarta só sai em 2017, mas vale a pena já começar, pois é uma série que você não verá problema nenhum em rever.

22 de fevereiro de 2016

Lei da atração e pensamento positivo: você pode estar fazendo errado - parte II

Já falei Aqui sobre  os erros que eu e muitas pessoas cometem no entendimento e na aplicação dos conceitos da lei da atração, e ela sempre nos leva pra um outro desejo: o de pensar mais positivamente.

Essa é uma escolha ótima, afinal  pessoas negativas são consideradas um tipo de vampiros psíquicos.


VAMPIRO?



É o nome dado àquelas pessoas que tiram suas energias e te deixam pra baixo frequentemente, e isto pode fazer os outros se afastarem de você com o tempo. No entanto, as pessoas tendem a desistir, pois, ao tentar pensar positivo, caem em algumas armadilhas que as mantém presas em seus vícios negativistas.

O primeiro erro é a comparação, você se pega pensando em pontos errados da sua vida, em coisas que te deixam infeliz e o pensamento que encontra em sua mente para se ver livre disso é "bom, estou melhor que fulano". Errado! Primeiramente você já está cometendo o erro de julgamento e além disso, o que você está fazendo é atribuindo valor pra sua vida e dos outros, hoje você pode até se comparar com alguém que conhece que está "pior" que você, mas amanhã vai perceber que sob esse ponto de vista, também existem pessoas um degrau acima.

O que é preciso entender  é que não existe um ponto de comparação, algumas pessoas parecem ótimas em certos aspectos da vida, mas carecem em outros, alguns chegam ao fundo de poço para se encontram, alguns vão rápido, outros vão longe, alguns valorizam coisas que, para você, podem não ser tão importantes. Pensar positivo é entender que você está seguindo o seu caminho, no seu tempo e está tudo bem, os outros não são ponto de referência, pois eles não sonham os seus sonhos.

Mesmo que você compreenda esse fato, ainda pode se deparar com aspectos da sua vida com os quais você não está muito feliz, então o que você faz é ignorar esse lado da sua  vida e focar em outro que está tudo bem, exemplo: "eu não gosto do meu emprego, mas tenho saúde". Quando você faz isso,  vira as costas para o problema, momentaneamente é como se fosse uma forma  mais alegre de ver as coisas, no entanto seria o mesmo que estar com um corte profundo na mão e fechar os olhos para não vê-lo, mesmo que momentaneamente incapaz de enxergar a causa, a dor e o desconforto continuariam lá, mas você não faria nada para acabar com eles.

Você precisa enxergar os pontos que te incomodam e se perguntar por que isso acontece, Talvez você esteja feliz, mas esta focando nos pontos errados, mude o seu foco para o que te faz bem, não busque a perfeição e, caso perceba que realmente há uma ferida aberta, lute, dentro das suas limitações, para fechá-la.





25 de janeiro de 2016

Lei da atração e pensamento positivo: você pode estar fazendo errado - parte I

Você já deve ter ouvido falar da lei da atração, que basicamente diz que você pode conquistar o que quiser, apenas pensando nisso, "você atrai o que você pensa"e também deve ter ouvido falar o quanto pensamentos negativos são, logicamente, prejudiciais pra sua vida e sobre a importância de pensar positivo.

O problema é que essas questões são muito atraentes e acabam levando as pessoas a cometer alguns erros ao se precipitar em aplicar a teoria em suas vidas. Não sou especialista no assunto, mas observando minha própria visão acerca do assunto depois aprendendo mais sobre que percebi o quanto me precipitava em interpretar a lei da atração.

Primeiramente você vê um vídeo, lê um texto ou simplesmente ouve falar sobre a lei da atração, dizem que tudo que você pensa, o universo entende e devolve pra você, então você resolve tentar. Se a explicação foi mais detalhada, você já sabe que o universo não entende negações ou palavras negativas, então você senta na sua cadeira, e pensa conscientemente sobre tudo que quer conquistar, depois você sai e vai viver sua vida normalmente.

Esse tipo de entendimento me levou a desacreditar da lei da atração por muito tempo, pois faz parecer que ela é uma mágica que a gente faz quando quer, mas ela é uma lei universal, assim como a gravidade é uma lei da física, atua sobre nós o tempo todo e só aprendemos a lidar com ela. De nada adianta nos concentrarmos pra pensar coisas boas que queremos e acreditar que vamos consegui-las de vez em quando, se normalmente nosso subconsciente é lotado de pensamentos como "isso nunca vai dar certo", "eu não vou conseguir" , "devia desistir", entre outros, por isso devemos trabalhar nosso padrão de pensamento.

Isto também nos leva para os nossos sentimentos, não são só os pensamentos que o universo entende, tudo que sentimos também gera uma vibração que é interpretada. Por exemplo, se você diz que quer muito uma mudança, mas também sente medo de como as coisas vão ser depois, medo de não conseguir ou do que as pessoas vão pensar, isso soa como um "não quero mais", claro, duvidar é normal, mas essa dúvida não pode ser presente ao ponto de te fazer senti-lá o tempo todo. E neste ponto que precisamos entender sobre pensar positivo e acreditar que as coisas vão dar certo.

Como o texto já está muito grande, eu volto depois pra falar sobre os erros que eu cometia com relação a pensamentos positivos e  acho que são bem comuns.

3 de janeiro de 2016

Onde estou?

Eu me perdi de mim, não sei em que momento ou por qual motivo, não sei se foi o movimento dos astros no meu mapa astral, não sei se foi a realidade que me assustou, ou esse medo de ser feliz que a gente tem toda vez que o tempo esfria, eu só sei que um dia eu não me vi em mim.

No começo eu não percebi, não reparei, depois achei que era uma fase e logo ia passar, e aí, quem passou fui eu. Em certo momento, achei que só tinha mudado, eu simplesmente não era mais a mesma, não sabia fazer as mesmas coisas e agir da mesma forma e eu só não era tão boa como acreditava, mas tinha um vazio, aquele buraco estava sempre lá e , por mais que tudo parecesse bem por fora, eu só enxergava cinza.

Então eu percebi, como um sopro e com um susto: fui abduzida!

Todo esse tempo eu não estava aqui, ainda que respirasse o ar, não podia sentir a brisa no rosto, ainda que caminhasse pelas ruas não sentia as pedras nos pés, ainda que lesse os livros, eu não entendia uma palavra sequer.

E assim fui vivendo, fui sendo sem nada ser, olhando os rostos, mas incapaz de reconhecer suas expressões, sentindo tudo que sentia, porém, incapaz de traduzir isto, não sentia nada, pois a vida toda foi assim, eu só sinto a medida que escrevo, eu só sou as palavras que grito ao mundo.

Agora me procuro, sozinha, pois assim que tem que ser, e em qualquer lugar, pois é assim que é. Me procuro sem me preocupar se estou na terra, ou perdida nas galáxias, em algum lugar do universo, e vou me achando aos poucos. Nas estrelas, nos cantos empoeirados, nas noites silenciosas, nos dias felizes, nas tragédias de jornais, nos sonhos e nas noites reais, nos seus sorrisos, nas minhas lágrimas, no sol, nos trovões, na televisão, no vento e na seca, em toda água do mar e nas gotas que caem do chuveiro.

É assim, em tudo e em doses homeopáticas, que eu me encontro em mim.

1 de janeiro de 2016

Cabelos oleososos: shampoo com ou sem sulfato?

Há algum tempo uso shampoo sem sulfato, você já deve ter ouvido essa palavrinha por aí, mas talvez  não saiba a diferença entre um e outro.

O sulfato é um componente químico que surge a partir da reação entre algumas substâncias e o ácido sulfúrico, ou seja, é um sal utilizado em shampoos por ser um agente com alta capacidade de limpeza.

Então por que existem shampoos sem sulfato?

Primeiramente, porque ele não é o único componente capaz de proporcionar limpeza para o couro cabeludo,um outro exemplo é o cocamidopropyl betaine, bem conhecido nas técnicas de low e noo poo (pra quem não sabe o que é vou deixar dica de vídeo lá embaixo). Além disso,  o sulfato é extremamente detergente, o que pode ser bom no primeiro momento ou quando utilizado esporadicamente, no entanto, pode tirar componentes essenciais pro cabelo, como lipídios e a oleosidade natural do couro cabeludo, o que pode gerar um aspecto  ressecado e até mesmo aumentar o outro tipo de oleosidade (a chatinha), entre outros problemas.

Quando fui pesquisar a primeira vez sobre como resolver meu problema com oleosidade capilar,as primeiras dicas que eu vi nessa internet de meu deus  diziam pra usar um shampoo com forte poder detergente, porque assim eu teria uma super limpeza do couro cabelo e ia acabar com a oleosidade.

Esse é um dos problemas da quantidade de informações que encontramos hoje em dia, muitas vezes, elas são conflitantes.

O shampoo da Panete foi o primeiro que eu usei, confesso que notei um pouco de resultado com a questão da oleosidade, mas não aumentou o intervalo em que eu podia ficar sem lavar o cabelo e meu cabelo ficou extremamente ressecado (na época eu fazia chapinha e não notava tanto, mas assim que parei deu pra perceber).

Então eu fui pesquisando e descobri que na verdade tirar toda a oleosidade do couro cabeludo não era a melhor saída. Isto porque o couro cabeludo fabrica a sua oleosidade natural para proteção e quanto mais você tira, mais ele sente necessidade de repor e assim mais oleoso o cabelo fica (por esse mesmo motivo umectação não é contra-indicada pra quem tem cabelo oleoso).

Como consequência, o shampoo sem sulfato também aumenta o tempo de duração de hidratações, tinturas e alisamento, deixa o cabelo com aspecto melhor (pois  resseca menos) e mantém o couro cabeludo saudável.

Utilizando shampoos sem sulfato observei uma melhora significativa na minha oleosidade no couro, hoje consigo espaçar mais as lavagens, sem o cabelo ficar com aspecto de sujo, enquanto as pontas parecem bem mais hidratadas.

IMPORTANTE - O sulfato é o único agente capaz de retirar do cabelo  componentes que estão presentes em alguns cosméticos, são eles: Oléos minerais, petrolados, vaselina liquida e parafina líquida.  Estes componentes são conhecidos por apenas maquiar os cabelos e são muito fortes, por isso eu não aconselho cosméticos com presença deles, mas como esse não é o tema do texto, caso você use eles com frequência eu não aconselho o uso de exclusivo de shampoos sem sulfatos, pode usar alternando com outro. Caso os cosméticos que você tenha em casa com esses componentes sejam usados apenas de vez em quando, seria interessantes manter um shampoo com sulfato para uso esporádico.

Dica de vídeo: No e Low Poo